Monday, June 10, 2013

Livro III - Capítulo III - Christian Grey e Anastasia Steele


CAPÍTULO TRÊS
TUDO QUE EU QUERO É VOCÊ...

Tudo que eu quero é você – U2

Tradução: Neusa Reis

Quando eu bato a porta da Sala de Jogos, eu ando em passos bruscos para o meu quarto.  A Sra. Jones está ocupada na cozinha e "Sr. Grey, o jantar vai ser..." diz ela e percebendo o meu estado de nudez, ela protege os olhos com sua mão, virando sua cabeça, tentando ganhar  sua compostura,  limpando a garganta, "oh, querido," ela guincha em uma voz um pouco estridente, e eu vejo a expressão chocada de Taylor, que está de pé na sala. Ele recupera a compostura em primeiro lugar, e diz: "Gail!" com bastante força e acena com a cabeça, pedindo-lhe para sair da sala. Ela recua em passos rápidos.

"O quê?" Eu fervo de raiva para Taylor.

"Nada, senhor,” diz ele diz balançando a cabeça levemente, meio divertido meio irritado.

Eu ando para o meu quarto ainda zangado... mais que zangado, com fúria louca, eu ando prá lá e prá cá. Eu vou para fora novamente. Taylor é surpreendido, mais uma vez, ao me ver nu, mas ele não está chocado desta vez.

"Taylor, encontre Bastille! Sessão de 3 horas, na minha academia. Faça  ele  me  atender  em 30 minutos," eu ordeno e caminho de volta para o meu quarto, sem esperar por sua resposta.


Eu ando para o chuveiro e ligo a água no máximo, e entro debaixo dela. A plena explosão inicial da água fria solavanca meus sentidos de volta para mim, e faz alguma coisa para diminuir o fogo um nível. Gradualmente, a água aquece e relaxa meus músculos tensos. Alcanço o shampoo e começo a lavar meu cabelo, com bastante força. Por que ela não obedece? Por que é tão difícil para ela aceitar que eu estou apenas tentando protegê-la? Eu fico debaixo da água, fechando os olhos, deixando o shampoo correr pelas minhas costas em riachos preguiçosos. Eu sinto seus dedos lentamente e hesitantemente tocarem na parte de trás do meu braço, me fazendo ficar tenso.

"Christian, não fique zangado,” diz ela suavemente. Eu não digo nada, fechando meus olhos.

Meu outro braço alcança sua mão, e eu encontro-me dizendo: "Não faça,” com muita força, quebrando sua ligação comigo. Eu ainda estou fodido de raiva. Merda! Eu sei que ela é desobediente... muito. Eu sei que ela é refrescante em suas maneiras espirituosas, mas inferno, isto é casamento! Ela deveria conhecer melhor. O que mais ela vai excluir dos votos? Eu me viro, e seu rosto está decepcionado; ela parece ferida. Merda! Não é isso que eu quero. Eu quero que ela me entenda.

"Christian, por que isso é um grande problema para você?" Ela pergunta em voz baixa.

"Você está me gozando, Anastasia?" Eu digo, prendendo-a no lugar com meu olhar ardente. Estou respirando pelo nariz, como um touro furioso.

"Você tem alguma idéia do propósito dos votos de casamento, e o que você está me negando?"

"O que eu estou negando a você?" Ela pergunta como se eu a tivesse esbofeteado.

"Os votos são derivados de contratos de casamento, o que significa que eles têm todos os direitos e responsabilidades conferidas pelo casamento."

"Christian, com certeza você deve perceber que os direitos e responsabilidades não estão unicamente limitados a algumas linhas, que os casais dizem durante a cerimônia de casamento. Eu acho que os casais adquirem milhares de direitos, como resultado do ‘contrato de casamento',” diz ela fazendo aspas no ar “e não há nenhuma maneira possível de cobrir todos eles durante uma cerimônia de casamento. Eu estou apostando que ele é muito mais longo do que seu contrato de submissa,” diz ela.

 Eu tento com força reprimir um sorriso. Tenho que me concentrar e sustentar minha raiva e não cair em seus encantos. "Quero dizer, eu acho que nós podemos declarar nosso amor e respeito mútuo e cuidar um do outro, não importa quais sejam as circunstâncias. É por isso que eu queria escrever nossos próprios votos. Porque nós somos únicos. Nós não nos moldamos na categoria ‘modelo único’,” diz ela, olhando para mim com expectativa. Ela está tentando me distrair do meu objetivo. Ela é boa nisso; sempre que ela acha que eu digo algo que ela discorda, ela encontra uma maneira de me distrair. Não vai funcionar desta vez.

"Diga-me, Anastasia, que outra exigência "modelo único" dos votos você está pretendendo excluir? Eu quero saber..." Eu olho para ela com um olhar impassível, eu não sinto nada, porém.

"O que você quer dizer?" Ela pergunta defensivamente.

"Eu quero dizer que os votos são simples: Tudo que você tem a dizer é que: eu, Anastasia Rose Steele, tomo você, Christian Trevelyan-Grey, para ser meu legítimo esposo, para ter e manter deste dia em diante, para o melhor ou pior, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, para amar, cuidar, e para obedecer, até que a morte nos separe, de acordo com a santa vontade de Deus, e a você eu dou minha palavra. Eu quero saber que outras palavras desses votos a ofendem muito? É ’para o melhor ou para pior’, ou poderia ser ‘na riqueza e na pobreza’... Ou que tal, ‘na doença e na saúde’? Que tal ‘amar’? Ou 'cuidar'? Há também 'até que a morte nos separe’..."  Eu digo com meu olhar escurecendo. Eu fecho a distância entre nós prendendo-a à parede do chuveiro, com as mãos firmemente colocadas na parede, ao lado de seus ombros, mal tocando, tão perto, tão quente, tão desejoso, ainda que  tão distante. "Diga-me Ana," eu sussurro perto da sua orelha  "...Existe uma data de vencimento do seu amor? Diga-me Anastasia, eu quero saber!" Eu digo tentando esconder minha dor;  meus olhos estão escuros com paixão com sua proximidade.


"Você é um asno, Christian!" Diz ela ferida tentando me empurrar para longe, com as palmas das mãos firmemente colocadas no meu peito, mas não vou ceder.

"Eu sei! Eu sou pior que um asno! Eu sou um merda, filho de uma prostituta drogada! É por isso que você não vai dizer isso? Você não me acha digno de ser obedecido? Acredite em mim, baby, eu vou levá-la de qualquer maneira que você estiver disposta a me dar, mas, isso está me torturando por  dentro! Por que Ana?" Eu olho para ela implorando. "Por que você não quer me ter de todas as maneiras que eu sou? Você quer pegar e escolher?"

Ela para de me empurrar, raiva e mágoa substituídas por preocupação. As mãos dela alcançam meu rosto acariciando, a porra do meu corpo está tão em sintonia com o seu toque, que eu me vejo inclinando-me para sua carícia e fechando os olhos.

"Christian, não é sobre você! É sobre mim." Meus olhos se abrem ardentes como se ela me esbofeteasse; dou dois passos para trás, para olhar para ela incrédulo.

"Porra, Ana! Como não poderia isso ser sobre mim? Você não vai se casar comigo? Então, como isso poderia ser sobre você?"

Ela dá um passo lento para frente, e eu levanto minhas mãos para impedir sua aproximação. Ela suspira, tentando esconder sua mágoa.

"Christian, isto é sobre mim, sobre como manter a minha individualidade. Você é... você sabe, você! Este megalomaníaco que está sempre no comando, sempre no controle, sempre opinativo... E eu amo isso em você, mas por outro lado, esta sou eu," ela diz, sua mão direita firmemente colocada entre os seios em seu peito.

"A garota por quem você se apaixonou tem suas próprias opiniões. Eu quero agradá-lo, mas eu quero ser... eu!” Diz ela com fervor.  "Você não pode simplesmente me aceitar como eu sou?"

Eu passo minhas mãos pelo meu cabelo molhado, suspirando em completa exasperação. Eu mentalmente conto. Dez... nove... oito... sete... seis... cinco... quatro... três... dois... um...

"Tudo o que eu estou lhe pedindo é apenas considerar dizer isto, Ana. Isso é tudo que eu peço,” digo, enquanto meu olhar aquece com emoções selvagens, que eu não tinha idéia que eu era capaz de possuir, conectando com seus olhos, pedindo-lhe com uma súplica.

"Eu tenho uma sessão agendada com Claude. Você tem que jantar sozinha,” eu digo, enquanto eu saio do chuveiro, pegando uma toalha.

"Oh!” Diz ela. "Eu vou me encontrar com sua mãe e sua irmã. Elas queriam apresentar algumas de suas idéias a mim,” diz ela em um murmúrio.

Dirijo-me a ela, rápido como um raio. "Quando você estava planejando me contar?"

"Precisamente agora,” diz ela lentamente. Sua irmã ligou e deixou uma mensagem quando estávamos... uhm, na Sala de Jogos."  Eu solto uma golfada de ar.

"Certifique-se de comer antes de ir! E não dirija! Leve Sawyer com você!" Eu ordeno.

"Uhm... sobre o jantar...” ela começa a falar e eu sei que ela quer pular o jantar.

"Certo, aí está!" Eu digo bastante forte, apontando um dedo acusador para ela. "Isso é o que eu estou falando, Anastasia. Você nunca escuta, mesmo que eu esteja cuidando do seu próprio interesse, porque você não está com vontade de fazê-lo! "

Ela suspira exasperada, ficando com raiva.

"Terminou, Sr. Grey?” Diz ela colocando as mãos em seus quadris. Esses quadris quentes, seus cotovelos levantados, e os braços jogados para trás, como ela está fazendo agora, fazem alguma coisa para seus seios, levantando-os em protesto. Com o frio leve no banheiro, seus mamilos apontam para cima. Eu balanço minha cabeça para não pensar merda, se eu quiser focar. O porra do meu pau está me traindo com sua saudação meio armada! Anastasia tenta esconder seu sorriso e parece estóica e sua voz fica rouca, mas ela tenta se concentrar em sua raiva.

"Sua mãe e sua irmã, que estão trabalhando no planejamento do nosso casamento,” ela enfatiza, "me pediram para ir e provar algumas amostras de alimentos de um fornecedor que estará entregando na casa de seus pais. Se eu comer agora, eu não vou ser capaz de desfrutar totalmente da comida, e não vou poder ser capaz de fazer uma distinção do gosto com o estômago cheio, Christian. Não é porque eu estou tentando desafiá-lo. E é isso que eu estou tentando dizer a você. Se eu obedeço-lhe 100% do tempo, como agora, coma e vá, então eu não vou ser capaz de ter uma boa decisão sobre a comida mais tarde. Você tem que confiar no meu julgamento também. Podemos pelo menos concordar com isso,” ela pede.

Eu exalo minha exasperação.

"Leve Sawyer com você... Eu vou malhar, e depois eu tenho um monte de trabalho para acompanhar. Ligue-me quando você estiver pronta para voltar,” eu digo e caminho para o meu closet para vestir-me, rapidamente, em meu moleton. Eu estou muito ligado, e muito estressado. Porra! Ela não vai obedecer! Nunca, ou por algum tempo? Como eu posso fazê-la mudar de idéia?

Ela pode ser verdadeiramente minha se ela não obedecer? Eu a quero de todas as fodidas formas possíveis! Eu anseio que ela pertença a mim. Se ela não recitar completamente todas as palavras dos votos matrimoniais, não seria anulá-lo de algum modo? Porra! Eu estou ficando louco! Ela aparece na porta do closet parcialmente vestida, naquela roupa de baixo tipo short de menino,  preta, e sutiã rendado. Porra! Como eu quero tê-la e dar-lhe uma lição de obediência! Eu estou no limite... Eu quero estar perto dela agora, mas eu não posso. Eu tenho que sair! Ela observa cada movimento meu. Ela quer dizer algo... Ela hesita.

"Christian?"

"O quê?" Eu replico com força, e imediatamente me arrependo. Estou muito nervoso. Ela pode me irritar com uma palavra ou um olhar. Eu amoleço o meu olhar sobre ela. "O que, Ana?"

"Você não gostaria de provar a comida que seria servida no nosso casamento?"

"Eu tenho negócios mais urgentes, hoje à noite. Sei que você, e minha mãe e irmã são capazes de fazer grandes escolhas. Confio no seu julgamento. Vou ter que passar esse detalhe,” eu respondo.

"Mas?"

"Ana, eu só quero você. Eu não me importo se você decidir servir queijo e biscoitos, e chá! Bem, eu gostaria de pedir vinho, mas, esta noite não é uma boa noite para mim. Foi apenas um dia estressante. Você vai e se divirta. Mas certifique-se de me ligar antes de sair, e não fique até tarde demais."

"Não fique com raiva de mim..." diz ela, em um tom suave.

"Anastasia, eu não estou com raiva. Estou furioso. Tudo o que eu estou pedindo para você dizer é uma merda de uma palavra, e você não quer fazer isso!"

"É uma grande palavra, Christian. Eu não vou estar dizendo isso!"

"O inferno que você não vai!"

"Nesse caso, Christian, eu vou te ver depois de você ‘bater a merda fora’ de Claude Bastille, porque eu não quero estar na recepção final desta raiva. Tenho que ir!", ela diz e se vira com raiva.

"Por que você está virando as costas para mim?"

"Realmente, Sherlock! Você descobriu isso? Caso você não tenha notado, eu não sou sua submissa, e eu não vou me inscrever como uma submissa, porque dizer essa palavra será sempre acionar esses pensamentos. Eu quero ser sua esposa. Não sua sub! "

"Porra, Anastasia! Você nunca foi minha sub! Você não vai ser minha sub. Como posso explicar isso para você? Eu tenho que ter controle. Tenho que saber que você está segura! Tenho que saber que você vai ter precauções suficientes para atender as minhas preocupações sobre o seu bem-estar. Como posso conseguir qualquer um desses se você não me ouvir e me obedecer? E você.nunca.obedece! Você faz me sentir impotente!" Eu enuncio completamente exausto.

"Falaremos sobre isso quando você estiver mais racional, Christian..."

"Anastasia..." Eu digo com uma voz suave... muito suave, que não é confundida com outra coisa senão  raiva.


"Eu realmente, realmente quero levá-la sobre meu joelho, e puni-la..." Eu digo.

Ela olha para mim com um pouco de apreensão e um pouco de expectativa, mas balança a cabeça decidindo contra o que ela estava pensando.

"Bem, Sr. Grey, eu gostaria de agradar a você e a mim... mas quando você se acalmar um pouco, vamos rever,” ela diz e vai embora.

O que diabos aconteceu? Essa mulher, minha mulher, a dona do meu coração e alma, diz  menos de duas frases e a porra do meu mundo está de cabeça para baixo, e eu sou incapaz de saber qual caminho é o certo! Porra! Estou perdendo o controle, e não estamos nem mesmo casados ainda! Porra! Onde inferno está Bastille?

Eu saio para o salão onde Taylor está esperando, e ele parece que está vindo  trazer más notícias. Acho que já cheguei ao meu limite hoje.

"Sr. Grey, Bastille está fora da cidade..." ele começa.

"O quê?" Eu berro, e eu atravesso a distância em três passos, tornando Taylor inquieto, e paro em frente a ele.

"Onde inferno ele está?"

"Ele estava visitando sua irmã. Hoje não é seu dia habitual para o seu treino. Ele está em seu caminho de volta, mas vai levar cerca de três horas ou um pouco menos, dependendo de quando ele saiu... Se desejar, senhor, ele vai encontrá-lo em três horas."

"Três horas... três horas... três fodidas horas!" Estou tendo um ataque cardíaco ou um ataque de pânico. Meu coração está batendo forte, meu peito dói, e está ficando mais difícil de respirar. Há um fosso terrível no estômago.

Anastasia aparece vestida em seu vestido ameixa, que eu gosto tanto, que abraça suas curvas em todos os lugares certos.

"Sawyer!" Eu chamo e ele aparece na sala de estar.

"Leve a Srta. Steele para a casa dos meus pais. Ligue-me quando chegar lá, e me envie uma mensagem de texto quando você estiver voltando."

"Sim, senhor,” ele responde.

"Bye Christian, eu vou te ver hoje à noite,” diz ela e me dá um beijo casto no canto dos meus lábios. Quando ela está dando um passo para ir, odiando a distância entre nós, eu pego sua mão pelo pulso e puxo-a com força para mim e ela está alinhada com o meu corpo. Eu pego seu rosto em minhas mãos e beijo-a apaixonadamente. Eu não sou de carinhos em público, mas eu desesperadamente quero que ela saiba que ela é minha, que eu desejo que ela seja minha, em todas as fodidas formas possíveis! No momento em que eu paro de beijá-la, estamos ambos sem fôlego.

"Uhm ...” diz ela engolindo em seco, ficando vermelho tomate, "Vejo você mais tarde esta noite."
"Yeah. Estarei trabalhando até tarde."

I love you and I hate you – Pride and Prejudice

Ela e Sawyer desaparecem no elevador, e as portas se fecham.

"Eu estou correndo até o escritório do Flynn," Eu digo a Taylor sem preâmbulos.

"Se você me der dois minutos, eu vou acompanhá-lo em sua corrida. Mas, eu insisto que você me deixe dirigir, senhor."

"Taylor, eu preciso estar em movimento, eu quero correr".

"Eu vou correr com o senhor."

"Eu prefiro ficar sozinho, Taylor!"

"Sr. Grey, tem paparazzi acampados num raio de dezesseis quilômetros do Escala, senhor. E eles acamparam em toda nossa rota regular para pegar um vislumbre de você ou da Srta. Steele. Uma vez que você teve dois encontros hoje, eu sugiro que eu o leve, senhor, ou pelo menos deixe-me correr com você."

"Tudo bem! Arrume-se!" Eu digo como uma criança petulante.

Taylor não é nada se ele não for um homem eficiente. Sem perder uma palavra extra na discussão, ele se vira e corre para seu quarto para se trocar. Eu pego o meu Blackberry e disco para Flynn.

"Boa noite, Christian,” ele atende ao telefone no segundo toque.

"Flynn, tenho que vê-lo em seu consultório. Encontre-me em vinte minutos."

"Bem, Christian, acontece que eu não deixei meu consultório ainda. Mas, deixe-me ligar para minha esposa e informar a ela que vou me atrasar, uma vez que esta não é a sua sessão agendada."

"Tudo bem,” eu digo e desligo.

Quando eu faço o meu caminho para o saguão de entrada, Taylor sai.

"Sr. Grey, vamos tomar um caminho diferente para o consultório do Dr. Flynn desta vez. Sawyer teve de iludir alguns paparazzi enquanto ele estava dirigindo..." ele diz e eu o corto.

"Eles estão bem? A Srta. Steele está bem?"

"Sim, senhor. Nada que ele não poderia administrar. Sugiro que pegue a saída de trás,” diz ele e espera por mim para liderar o caminho. "Não foi nada como esta manhã, e sua conversa com a imprensa nesta tarde dispersou a multidão maior. Estes são provavelmente os retardatários."

*****
Nós saímos do Escala pela porta de serviço, e corremos para o escritório de Flynn. Eu estou tão fodidamente ligado, que eu me vejo correndo tão rápido, ou até mais rápido do que Taylor, que é mais rápido que um galgo. Minha mente está analisando, através de centenas de cenários diferentes, como posso fazer Anastasia ser sensata. Punição está fora, porra! Eu não quero que ela me deixe e eu me sentirei um merda se eu machucá-la. Porra! Ela é mais teimosa que uma mula do Missouri! Ela é a minha contrapartida! Ela chuta minha bunda mentalmente... toda.fodida.vez! Eu paro de repente, e Taylor, que estava em velocidade, corre dez passos, antes dele parar, para correr de volta para mim.

"Está tudo bem, senhor?"

"Sim,” eu respondo distraidamente.

Eu não tentei tudo ainda. Ela não pode resistir a mim. Eu não posso resistir a ela para este assunto, mas eu tenho mais controle sobre meus desejos. Como posso puni-la na cama? Negação de orgasmo? É uma ferramenta padrão. Ultra-sexagem com ela? Ela me deseja tanto quanto eu a desejo. Negar-lhe o sexo como um castigo? Ela inicia sexo comigo tão frequentemente quanto eu faço com ela. Isso é uma coisa que não tenho problemas com ela. Seria um dia frio no inferno, se alguém se atrevesse a me manter longe de seu corpo; seria uma tortura para mim, assim como negar-lhe sexo, porque eu estaria arranhando minha própria pele, porra! O que fazer? O que fazer? Talvez Flynn tenha algumas respostas. Ou não...

Quando chegamos ao escritório de Flynn, Taylor abre a porta de seu exuberante consultório. Sua secretária já  foi para casa hoje. John sai de seu consultório com uma roupa esportiva.

"Olá Christian,” diz ele.

"John,” eu respondo.

"Taylor,” ele acena com a cabeça para ele, cumprimentando-o com um sorriso caloroso.

"Boa noite, Dr. Flynn,” responde Taylor, com um rosto impassível.

"Bom, vamos Christian?” Diz ele apontando o caminho para seu escritório com a mão estendida.

"O que o traz aqui esta noite, Christian?” Ele pergunta, uma vez que entra em seu escritório, e  fecha a porta atrás de mim.

"John, eu estou caindo aos pedaços aqui!" Eu começo.

"Eu vejo... Nervosismo do casamento? Dúvidas? Problemas em casa? Eu preciso de um pouco de informação."

Eu ando prá lá e prá cá em torno de seu consultório e o olhar de John pacientemente segue os meus movimentos. Eu estou respirando com dificuldade. Finalmente, eu caminho até sua mesa e me inclino para baixo, com ambas as palmas das mãos colocadas sobre a mesa, o que Flynn percebe  e anota algo em seu ‘tablet’ com capa de couro.

Eu tomo um grande gole de ar como se meus pulmões não pudessem ter o suficiente.

"Anastasia não vai me obedecer!” Ele olha para cima para mim com paciência.

"Elabore...” diz ele, simplesmente, como se ele acabasse de me conhecer.

 "A porra dos votos de casamento! Ela não vai dizer os tradicionais votos de casamento! Ela quer escrever os seus próprios!"

"Por que você vê isso como algo errado?"

"Você está gozando da minha cara?"

"Eu não brinco quando estou neste escritório, Christian. Você sabe disso,” diz ele ignorando a minha intenção.

"O controle é muito importante para mim. Eu preciso dele, e Deus sabe que ela precisa disso! Ela não tem nenhum senso de auto preservação quando se trata de seu bem-estar. Isso me assusta! Estou tendo ataques de pânico! Eu pensei que era derrame ou ataque cardíaco ou algo assim! Ela me faz sentir impotente. Eu me sinto como um animal selvagem enjaulado,” eu explico.

"Você acha que ela confina você?” Ele pergunta e eu bufo. Eu peso as nuances da palavra na minha cabeça.
"O que eu sinto é este enorme desejo de protegê-la. O que eu sinto é que quando estou em sua órbita, ou ela está na minha, eu não sei qual caminho é o certo. "

"Se ela disser que vai obedecer, o que você acha que isso vai fazer você ganhar no seu casamento com Anastasia?” Ele pergunta.

"Você está brincando comigo? Vou protegê-la melhor! Eu vou saber que ela está segura, porque eu saberei o que fazer..."

"Por essa resremunho, você quer dizer que ela não sabe como se proteger?” Ele pergunta.

"Sim!"

"Entendo. Ela já esteve em algum tipo de acidente? Ela tem assumido riscos que são prejudiciais ao seu bem-estar? "

"Eu não acho que ela já teve um acidente,” eu respondo, considerando a questão. "Uma vez ela bebeu demais e..." Eu paro não disposto a lhe dar mais informações sobre isso. "Mas existem outras coisas. Eu a deixei trabalhar esta manhã com a ordem expressa de que ela não deixasse o prédio do SIP, e a primeira coisa que ela fez foi deixar o prédio. Ela foi para uma ‘deli’ nas proximidades, com Sawyer, e ela foi emboscada por um paparazzi, de todos os lugares,  no banheiro! Se ela tivesse apenas me escutado, tudo isso poderia ter sido evitado. Ela estava desesperada, como eu estava!"

"Sim, mas o que ela fez, indo para uma ‘deli’ para comer alguma coisa, certamente não é algo fora do comum. As pessoas fazem isso todos os dias. Porque é que a sua segurança é uma grande preocupação para você, Christian? "

"A segurança da sua esposa não é uma preocupação para você?"  Viro a questão de volta para ele.

"A família de alguém é sempre uma preocupação, Christian. Mas a minha esposa é uma mulher adulta. Ela sabe o que fazer. Eu tenho que dar a ela essa confiança. Às vezes as mulheres são mais fortes do que  lhes damos crédito."

"Você não entende..." Eu digo desabando na cadeira de couro, inclinando-me, meus cotovelos sobre os joelhos, eu capturo meu rosto em minhas mãos. Eu sinto o ataque de pensamentos me pesando, e me dando uma dor de cabeça.

"Eu a amo demais! Mais do que minha própria vida. Eu não posso suportar viver em um mundo onde ela não exista, porque eu não pude protegê-la corretamente. Minha vida é complicada, John. Mais complicada do que a sua ou a de um monte de outras pessoas. A que ela tinha antes que ela estava comigo era simples e descomplicada. Eu venho com um 747 de merda fodida com que ela tem que lidar! Poderia ser meu passado que poderia prejudicá-la. Isto aconteceu antes.  Com  Leila   quase..."  Eu paro incapaz de trazer o resto da minha frase. "Certamente, você sabe melhor. Você tem estado tratando-a."

Ele acena com a cabeça com sua concordância, pela primeira vez, talvez imperceptivelmente.

"Christian, você se isolou do mundo que o rodeia e colocou camadas sobre camadas para manter essa distância. Você deseja incluir Anastasia nessa bolha, e protegê-la,” ele resume.

"Sim!" Eu suspiro.

"No entanto...” acrescenta, "você estaria excluindo-a do mundo do qual ela tem sido uma parte."

"Eu quero ser o seu mundo!" Eu exclamo.

"A gaiola dourada. Mas você acha que isso é o que ela quer? "

Meus olhos se arregalam de medo incontido. Eu pisco para limpar os pensamentos.

"Ela disse que ela me quer,” repito em voz baixa.

"Ela quer Christian, o homem. Talvez, não Christian da gaiola. O que seria um meio termo feliz para vocês dois? "

"Não há meio termo! Se eu tenho que protegê-la e cuidar dela, deve ser do meu jeito."

"Bem, dado o fato de que você está aqui, suponho que ela não concordou com seus termos, Christian. Portanto, um meio termo é uma obrigação. Então, me diga, como você pode se comprometer?"

"Eu não acho que eu posso... Não quando se trata dela. Eu não posso perdê-la."

"Christian,” diz ele em uma macia, mas quase repreensiva voz.  "Você não pode controlar o mundo em que vivemos. Apesar do fato de que você tem camadas sobre camadas de proteção, você já percebeu que as coisas acontecem sem o nosso controle. Há um limite razoável quando se trata de quem amamos. Porque se você estiver pressionando muito, vai se tornar arrogante, e você vai sufocá-la. Eu sei que isso iria derrotar o seu propósito de mantê-la feliz em sua vida."

Eu sei que isso é verdade. Qualquer coisa que pudesse tirá-la da minha vida, ou fazê-la ficar fria comigo, iria me matar! A agonia agarra minhas entranhas e aperta firmemente. Fecho os olhos para a dor diminuir, minhas mãos em punhos no meu colo.

"Eu iria me odiar se eu a mudasse. O que eu faço, John? Como faço para protegê-la? "

"Nós vamos encontrar as respostas juntos. Mas deixe-me perguntar-lhe isto em primeiro lugar. O que exatamente ofende você se ela realmente estiver escrevendo seus votos? Você sabe o que ela escreveu? É satisfatório para você? "

"Eu não vi isso... Ainda não de qualquer maneira. Eu não sei se ela acabou, ou ainda está trabalhando nisso. Ela só trouxe isso para mim hoje. "

"Christian, vamos examinar uma outra questão premente que nenhum de nós mencionou hoje. Além de suas preocupações com sua segurança, que eu posso ver que são monumentais; mas eu acho que pode haver uma razão inconsciente, uma sobre a qual você não tem pensado muito."

Eu olho para ele estreitando os olhos. Ele sabe que eu sei o que ele está pensando.

"Você quer uma submissa em Anastasia?"

"Não, eu não..." Eu vasculho meu cérebro para uma resposta honesta. "Não mais. Eu sei que ela não quer isso, e qualquer coisa que ela não quer é como a peste bubônica para mim. Eu faria qualquer coisa para evitar; mas se ela quisesse isto, eu sairia da minha maneira de ser  para fazê-la feliz, e atender seus desejos. E o fato de que explorei coisas com ela que eu não sabia serem possíveis no passado, você sabe, incorporando o amor e o sexo e, agora, seu toque, eu me encontro ansiando por esses sentimentos como um homem faminto em um banquete no qual  você pode comer tudo que quiser! Ela me fez experimentar emoções, desejos e paixão que eu não sabia que existiam. Tudo foi possível por causa dela. Senti a porra do nirvana! E ela está mais do que disposta a me  acolher  e  adora  minha ‘kinky fuckery’..." Eu digo sem conseguir deixar de sorrir.

"Tudo bem...” diz ele pausando. "Você acha que qualquer uma das suas submissas dentro das limitações de seu "contrato de submissa" poderia ter conseguido isso com você?"

"Nunca,” eu respondo e acrescento: "Mas isso também traz outra preocupação que tenho: ela é única do seu tipo. Ela é sem preço. Ela não tem igual. Se eu a perder, eu perco a mim mesmo,” eu digo com fervor. "Será que ninguém protege o que é tão precioso?" Pergunto sem pestanejar.

"Sim, mas você deve observar as limitações com as pessoas. Eles não são artefatos. Você deve trabalhar dentro de seus traços de caráter. Anastasia é uma mulher vivaz. Temperamento forte, como você. E, por sua própria admissão, ela o ama incondicionalmente. Existe uma lista de traços de caráter que compõem Anastasia. A minha pergunta final torna-se: tudo o que ela está lhe oferecendo no seu próximo casamento... seu amor, seu corpo, seus modos, sua própria marca de caráter..." ele para deixando tudo afundar-se.  “Não é o suficiente para você viver com ela? Será que você a amaria menos se ela desobedecesse você? Será que você não a quer se ela não disser que vai obedecer? "

Meu coração para por alguns segundos com o impacto de suas palavras.

"Eu a quero de qualquer forma e jeito que ela está disposta a me ter! Mas eu não consigo me livrar desse medo em mim, roendo a minha alma, eu tenho um buraco no meu estômago, e eu estou inquieto pensando sobre isso. Eu vou sair da porra da minha mente! Como faço para parar isso? Eu tenho que ter controle! Mas, eu não posso viver sem ela, nem mesmo por hipótese." Eu afundo de volta na cadeira novamente.

"Christian, todos esses anos, você já ensinou a si mesmo, mesmo relutantemente, através da Elena, que a fim de ter o controle de sua vida, você deve controlar seu entorno. Nos negócios, isso pode ser verdade. Nos relacionamentos entretanto, se você exceder o limite permitido, então você entra nos seus Limites Rígidos,” diz ele. Agora, ele está falando em termos que eu posso entender.

"Você pode considerar obediência como Limite Rígido dela?” ele diz, e eu pestanejo.

"John, eu prefiro pensar nisso como seu Limite Suave e ver como podemos trabalhar em torno disso. Ela obedece, no quarto; na verdade, ela gosta imensamente, eu só quero expandir isso para outras coisas na nossa relação,” eu digo com petulância.

"Faça-o num nível aceitável. Mas então, eu não sou seu parceiro nesta relação. Anastasia é. Ela seria a mais indicada para lhe dar esse feedback. Mas agora você tem um ponto de partida exequível. Este é o primeiro relacionamento real que você tem, Christian. Ela não vai se comportar da maneira que suas subs faziam,” diz ele e eu bufo.

"Mas a alegria neste tipo de relação é que tudo o que ela lhe dá é dado de bom grado. Você não ordenou que ela o desse a você. Ela queria que você o tivesse,” explica.

"John, se fosse possível, eu estaria me fundido com ela o tempo todo. Não apenas sexo, foder, fazer amor, mas estar em constante contato com tudo dela! Abraçá-la, tocá-la, beijá-la, envolvê-la em meus  braços,” eu digo com fervor, "Apesar de que apenas fodê-la é motivo suficiente. Suas palavras são capazes de acariciar minha alma como se ela mergulhasse as mãos em meu coração. Ao mesmo tempo, elas também são capazes de me ferir, me marcar, me queimar de dentro para fora! Você vê, nunca tivemos problemas com dar fisicamente um ao outro. Deus sabe, é um departamento que estamos completamente satisfeitos, mas eu sempre vou ter essa pontada afiada no meu lado, e ficar ansioso até que eu saiba que ela está completamente segura. Esse é um sentimento do  qual  eu não posso me livrar."

"Fale com ela, e comprometa-se,” diz ele. Eu não gosto do som da palavra.

Eu me levanto da minha cadeira e expiro em voz alta. "Eu não posso ainda, John. Eu não estou pronto,” eu digo. Quando eu vou para a porta para despedir-me, eu me viro,  “como Leila está progredindo?"

"Ela está indo bem. Seguindo instruções, tomando sua medicação e mostrando interesse em algumas aulas de arte ".

"Bom,” eu digo distraidamente. "Mantenha-me atualizado."

"Oh, ela quer falar com você. Eu disse a ela que isto seria tomar vários passos para trás em seu progresso. Mas, já que você me pediu para passar todas as informações relativas a ela, é o que ela pediu. "

"Por que diabos ela iria querer me ver?"

"Ela não disse."

"Eu não quero vê-la! Eu não a perdoei por colocar uma arma na cabeça de Anastasia também! Ela precisa permanecer na unidade de cuidados mentais, até que ela esteja bem o suficiente para viajar para os pais dela em Connecticut. Eu não a quero na costa oeste, e não perto de Anastasia. Nem agora, nem nunca! Passe isso. Uma vez que ela esteja bem o suficiente para viajar, eu vou pagar por sua viagem, cuidados médicos e educação. Mas, a minha condição é que ela nunca chegue perto de Anastasia. Nunca!"

"Você não quer falar com ela ou vê-la? Ela pergunta por você a cada vez que a vejo. "

"Que porra é essa, John? Eu não dou uma merda que ela quer me ver. Tenho Anastasia na minha vida. Eu não vou comprometer meu relacionamento com Ana porque Leila está muito fodida, e quer me ver. Eu estou fazendo o que eu deveria fazer por ela, mas em troca ela vai ter que seguir em frente. "

"Tudo bem, eu passo  seus termos, Christian. E lembre-se, apenas fale com Ana."

"Eu vou fazer o que puder, John,” eu digo suspirando, e saio; Flynn me segue até a porta. Taylor está à espera. Seu rosto está impassível.

"Bastille chegará no ginásio na próxima meia hora, senhor. Você quer ir lá?"

"Sim,” eu digo monossilábico. E corremos.

*****
"Porra Grey! Você é um lutador de nível superior, mas algo está mal hoje. Você está agressivo, mas, você não está completamente aqui. Eu preciso de sua mente aqui e agora! Você nunca deve deixar seu apartamento sem o seu cérebro ligado com sua cabeça! Vamos, homem! Eu chutei sua bunda sete vezes nos últimos...” diz ele, olhando para o relógio,” 26 minutos; pelo jeito parece que uma criança de dez anos poderia chutá-lo! Mantenha-os juntos!" Bastille me repreende.


(Claude Bastille)

"Vai se foder, Bastille!” Eu respondo.

"Eu adoraria Grey, mas eu não balanço desse jeito,” diz ele tentando aliviar o clima. "Aqui está o que vamos fazer, cara! Nós vamos fazer um circuito de condicionamento já que todas as contusões que eu poderia dar-lhe não vão ser curadas até após sua lua de mel. Eu não quero a sua noiva me odiando porque eu danifiquei sua figura juvenil. Vamos começar com exercícios pesados de baixa repetição. Agora levantamentos ponderados seguidos por movimentos pliométricos (N.T. Pliometria é uma forma de exercício que busca a máxima utilização dos músculos em movimentos rápidos e de explosão. Seu conceito baseia-se na exploração do músculo em sequências de contrações excêntricas e concêntricas buscando a otimização do mesmo.) como bolas de peso medicinais (N.T. Treino medicinal com bola - requer que você execute movimentos explosivos, enquanto usa bolas de peso, variando de um a seis kg) e depois investidas  de peso (N.T. Investida de peso - posição do corpo humano, quando uma perna está posicionada para a frente com joelhos dobrados e os pés no chão, enquanto a outra perna é posicionada atrás – passo de gigante) parece bom para mim. Nós vamos com 10, 10, 10. Vamos improvisar à medida que avancemos."  Quando eu vou para as barras, ele diz: "Não, eu tenho em mente um aquecimento diferente na esteira. Coloque a esteira na maior velocidade e na maior inclinação que você puder. Eu a quero de uma maneira que você não possa manter seu ritmo por mais de 30 segundos."

"Eu estou no jogo,” eu digo determinado.

"Suba e corra com tudo por 20 segundos! Go! Go! Go! Go! Go!"  Eu dou tudo o que tenho.

"Agora salte para seus pés em ambos os lados e descanse por apenas dez segundos e depois salte de volta para a esteira por vinte segundos, em seguida, descanse por dez, e salte para vinte. Esta é uma repetição de 10 corridas curtas! "

"Intervalos Tabata?" (N.T. Intervalos Tabata - 20 segundos de exercício ultra-intenso seguido por 10 segundos de descanso, continuamente repetido por 4 minutos - 8 ciclos)

"Exatamente! Go!" Eu pulo, corro na esteira por vinte segundos, e então descanso por dez segundos ao lado e sigo por vinte segundos, e salto para o lado por 10 segundos descansando novamente. Sem qualquer parada, depois de eu completar os intervalos Tabata, ele já pegou os próximos dois exercícios de musculação. Ele rapidamente ata uma corrente de 27 kgs. de peso em torno de mim, e me coloca nas barras para fazer levantamento do tronco.

"Vai para dez, Grey!" Ele ordena e eu me puxo para cima.

"Puxe tudo para cima, Grey! Eu quero ver seus ombros acima das barras! Joelhos dobrados! Levante as pernas para cima! Mantenha-se lá em cima por dois segundos! Quatro ... Cinco ... Seis ... Sete ... Oito ... Nove ... Dez! Para baixo! Tire os pesos fora! "

Eu tiro fora a corrente de peso que está em torno de meu torso.

"Agora corra para as bolas medicinais! Dez batidas, Grey!" Ele ordena, enquanto eu tento ir rapidamente para a bola medicinal: "Eu não estou ficando mais jovem aqui! Bola acima de sua cabeça! Levante-a! Bom... Certifique-se de subir nas pontas dos dedos dos pés como se fosse Kobe Bryant (N.T. é um jogador de basquetebol dos Estados Unidos. Atua como ala-armador no Los Angeles Lakers. No dia 31/03/2013, Kobe Bryant se tornou o 4º maior cestinha da NBA) e você está indo marcar o ponto três, exceto que você vai bater a bola com tudo o que você tem!" Eu mentalmente conto.

" Velocidade Grey, velocidade! É isso aí. Sete... Oito! Nove! E dez!"

"Vamos trabalhar os braços, Grey! Vamos lá! Vamos lá! Vamos lá! É isso aí! Empurre-o tanto quanto você possa! Nós vamos com dois conjuntos de dez! Alto, baixo! Alto, baixo! Alto, baixo!" Ele me força duro.
"Continue Grey, se você não está respirando com dificuldade, e suas pernas não estão trituradas, você não está fazendo isso certo! Vamos, cara,” ele me força, e isso é bom, porque me foca na tarefa em mãos. Porque eles são de curta duração, não tenho tempo para ocupar minha mente com algo ou alguém. Apenas no exercício.

"Segure cinco segundos, dez vezes, Grey! Pernas no banco, lateralmente, cotovelo e antebraços no tapete! Mantenha a cintura fora do chão! Braço esquerdo em sua cintura! Mantenha a respiração! Cinco! Quatro! Três! Dois! Um! Agora abaixe o quadril! Bom trabalho! Agora, levante-se e segure por cinco segundos de novo!"  Vamos repetir o ciclo de dez levantamentos.

"Role para o outro lado sem sair, Grey! Vamos repetir no outro lado. Braço esquerdo no tapete, braço direito na cintura! Bom trabalho! Nove! E dez! Fora do banco, já, já, já! Investidas de treze quilos de halteres!” Diz ele me empurrando para a próxima tarefa que ele tem em mente, não me deixando um segundo de tempo para pensar. Eu tenho treze quilos  pendurados de cada mão e eu faço dez conjuntos de investidas com os pesos.

"Vamos Grey! Comece em baixo, e suba forte! Vamos lá! Torso para cima, Grey! Cuidado com a postura! Inspire, expire! Agora, dez estocadas para a outra direção, Grey! Bom trabalho! Agora pesos para baixo! Não pare! Use o banco retangular para arremessar agora!” Ele me ordena, para fazer os saltos de perna dobrada. "Uma perna dobrada quando você alcançar... Sim! É isso aí! Mantenha a outra perna reta quando você dobrar uma, Grey! Arremesse! Mais alto, cara, mais alto! Isto não é para velocidade, Grey, isto é para força! Prá cima! Mais alto! Vamos com vinte sobre isso! "

Eu salto usando um banco para elevação vertical, e arremesso. No segundo que este exercício termina, ele me dirige para o próximo.

"Agora, aperte nas bicicletas! Vá muito forte, por um minuto! Pule fora imediatamente, descanse 30 segundos e repita! Nós estamos indo para 10 repetições com este ciclo!"

Quando eu termino com a bicicleta, estou respirando com dificuldade, mas nada com que eu não possa lidar.

"Grey, você está indo fazer o comprimento do ginásio. Vamos começar com cerca de 100 metros de corrida, então você vai fazer 20 flexões, então corre 70 metros a partir de onde eu vou fazer uma marca para você, e você vai fazer 20 flexões. Vamos baixar com intervalos de 20 metros. Corrida, 20 flexões, Corrida, 20 flexões, Corrida, flexões, abdominais e corra até chegar ao marcador 0! Agora, corra!"

Até o momento em que eu termino com os exercícios anaeróbicos, estou sem fôlego!

"Agora, você está focado, Grey! Hidratar, e vamos ver o que você pode fazer no tatame!"

Quando eu consigo ter Bastille esparramado no chão, ele tenta ir para uma queda. Eu consigo ficar em cima e coloco o braço em seu pescoço e através de sua axila e bloqueio com o meu outro braço e agarro bem, depois de meu bíceps! Quando ele tenta resistir, eu levanto os meus quadris e eu começo jogando um joelho sobre sua cabeça, e em troca ele traz sua mão esquerda para defender, dando-me uma boa idéia para trancar ainda mais minha mão, ajudando-me a enfiar isso o mais profundamente possível. Então eu mergulho a cabeça para o lado para proteger minha cabeça, mergulhando em meu ombro, giro os quadris para obter o máximo de energia possível para rolar para o meu lado, e uma vez que o tenho, eu o arranco para cima, e avanço sobre ele. Ele está completamente sob meu controle, e ele bate. Se ele não o fizer, ele pode perder a consciência em poucos minutos, porque o estrangulamento anaconda interrompe o fluxo de sangue para o cérebro.

"Bom trabalho, Grey! Finalmente conseguiu se concentrar,” diz ele. "Nada mal para um homem cujo cérebro ainda está em outro lugar!” Diz ele, mas eu ignoro o comentário com um olhar impassível.

*****       
Eu tomei banho e me limpei e em minhas calças de pijama com uma t-shirt por cima, trabalho no meu escritório. Eu verifico a hora. Sem chamadas de telefone ou texto ainda. Já se passaram quatro horas desde que Anastasia saiu para ir à casa dos meus pais. Quanto tempo leva para provar alguns alimentos? Minha mão vai para o meu telefone, e eu me forço a parar. Quero que ela me ligue. Eu me forço a passar por cima de relatórios de negócios, analisando números, quando Anastasia finalmente chama.

"Oi,” ela diz com sua voz suave de mocinha. Essa palavra simples, logo puxa minhas cordas do coração.

"Oi,” responde minha voz grave e rouca, mas não digo mais nada.

"Sawyer está me levando de volta agora,” diz ela, fazendo uma pausa.

"Ok,” eu respondo em um murmúrio.

"Você ainda está bravo comigo?” Ela pergunta em um tom suave. Eu suspiro.

"Talvez..."

"Oh,” diz ela, e esta única palavra me diz que está desapontada, e esta simples palavra de seus lábios parte meu coração.

"Eu vou vê-lo em casa, então...” ela responde em um sussurro.

"Ok,” eu respondo, querendo dizer muito, e incapaz. Agindo como um porra de um adolescente!

"Eu te amo, Christian,” diz ela me fazendo tremer no núcleo. Eu fecho meus olhos, e deixo as palavras afundarem em minha alma. Desejo por suas palavras, por seu toque, apenas... desejo por ela ...

Hungry Eyes (pride and prejudice)

"Eu sei,” é tudo que posso dizer em um murmúrio. O que eu quero dizer é que eu a amo mais do que palavras podem expressar. Que eu a amo mais do que amo a mim mesmo, ou a qualquer coisa ou uma combinação de coisas e pessoas que eu já amei na minha vida. Eu a amo tanto que dói pensar nisso! No entanto, tudo o que posso dizer é: 'Eu sei' para sua declaração de amor. Porra!

Ela suspira. "Eu vou vê-lo em breve, então, Christian."

"Ok,” eu respondo como um disco quebrado. Ela não desliga, fica na linha.

"Bye, Christian."

"Bye, Ana".

A porra do meu coração dói quando ela finalmente desliga.

Uma fodida palavra, Ana! Uma palavra! Quão difícil pode ser para dizer isso? Eu não sou digno disto?

Eu começo a ir ao longo dos relatórios que Alex Pella criou, mas meu coração não está nisso. Meus ouvidos estão em meia atenção à espera de seus passos no apartamento. O zumbido do telefone me sobressalta, porque não há nenhum outro ruído.

"Sr. Grey? Aqui é Welch."

"Sim,” eu digo, franzindo a testa.

"Eu queria repassar o relatório que o Sr. Pella criou, e passar-lhe algumas das nossas descobertas. Você tem tempo, senhor?"

"Vá em frente,” eu respondo.

"Eu queria seguir com a eliminação de alguns dos suspeitos que você queria que eu fosse pesquisar," Ele passa por uma pequena lista de antigos colegas de trabalho.

"Cada um estava ou fora da cidade ou suas atividades, próximo e após seu acidente, deram a entender que eles não tinham nada a ver com isso, ou não tinham conhecimento disso."

"E quanto a Elena Lincoln e seu namorado?" Eu pergunto.

"Eles estão ambos limpos, senhor."

"Sem sombra de dúvida?"

"Sim, senhor,” diz ele, com certeza. "O namorado estava na Califórnia na época, e ela estava trabalhando durante todo o dia, um dia antes e durante. Eu já confirmei com pessoas que trabalhavam e a lista de outros clientes que a viram no trabalho."

"E o Sr. Lincoln?" Pergunto com relutância.

"Ele estava na cidade, mas ele estava trabalhando. Um monte de gente confirmou tê-lo visto todos os dias em seu local de trabalho. Mas isso significa pouco. Ele não faria isso ele próprio, se tivesse sido ele. Portanto, a nossa melhor aposta é a de localizar o proprietário da impressão parcial que foi recuperada, e descobrir se ele trabalhou sozinho, ou com outra pessoa. "

"Tudo bem. Eu quero a lista de nomes dos responsáveis ​​com acesso a Charlie Tango, todos eles até o topo. "

"Eu tenho pronta, senhor. Eu vou mandar por e-mail para você. "

"Chame Andrea, e faça ela agendar o filho da puta principal responsável,  primeira coisa amanhã de manhã! Alguém vai ter que responder pela falha inaceitável de segurança."

"Sr. Grey, eu, pessoalmente, pesquisei isso por mim mesmo: a falta de segurança,  e o acesso a Charlie Tango era incrivelmente fácil. Isso não é porque as regras não estavam definidas, mas porque as pessoas não estão fazendo seu trabalho. Eu vou lhe enviar as imagens, e um relatório resumindo os meus resultados, em alguns minutos. Eu já os estive interrogando pela falta de segurança, e eles estão apertando a segurança,  e a facilidade de acesso às aeronaves GEH."

"Um dia de atraso, um dólar a menos, Welch! Quero algumas cabeças rolando para a merda que quase custou a mim e a Ros, nossas vidas! Eu quero a administração esperando por mim amanhã de manhã!"

"Sim, senhor. Terei Andrea agendando isto."

"Mais alguma coisa?"

"Isso é tudo por agora, senhor. Eu ainda não terminei completamente de repassar em detalhes todos os relatórios que o Sr. Pella criou."

"Atualize-me quando você terminar. Quero mais segurança para toda minha família, e aqui no Escala também. E-mail para mim a lista de nomes e informações, e Com Cópia para Taylor, e coordene-se com ele,” digo antes de eu desligar.

Eu afundo de volta na minha cadeira. Um lunático está atrás de mim, e muito provavelmente atrás de Anastasia. O porra do paparazzi emboscou-a num banheiro público, pelo amor de Deus! Eu estou fazendo tudo que posso para tentar proteger minha mulher, e ela não vai colaborar porra nenhuma comigo! Ela não vai obedecer porra nenhuma! Rasgar meu coração com a mão seria menos doloroso!

Exasperado eu volto para o meu trabalho.

***** 
Minha porta se abre lentamente. Anastasia entra com passos hesitantes e fecha a porta atrás dela. Meu olhar veste a máscara impassível, não demonstrando nada. Eu não pisco. Ela entra no cômodo, e a distância entre nós parece quilômetros de distância.

"Estou de volta,” diz ela simplesmente. Eu não me atrevo a engolir. "Eu trouxe uma coisa,” acrescenta ela, e noto o prato na mão pela primeira vez. Ela caminha em passos lentos, como se ela estivesse caminhando para um animal selvagem que ela está tentando não tornar tímido. Ela coloca o prato sobre a mesa como se ela estivesse fazendo uma oferta. Suas mãos lentamente se retraem de  volta. Eu não pisco.

"Gostaria de vinho para acompanhar seus frutos do mar?” ela pergunta.

"Sim,” eu respiro, ansiando por ela. Ela acena com a cabeça lentamente.

"Tudo bem,” diz ela engolindo. "Eu vou pegar uma taça,” ela sussurra.

Ela se vira para ir, e eu digo, "Ana?” ela se vira para olhar para mim, expectante. Eu balanço minha cabeça.
"Vinho Branco,” eu digo, me chutando mentalmente. "Diga alguma coisa, estúpido!" Eu me repreendo. Ela se vira para sair, e caminha para fora do meu escritório. Parece solitário, sem tê-la perto da minha proximidade. Fodidamente solitário, miserável e eu sou tão fodido teimoso, e ela também é, por uma palavra, nenhum dando uma polegada para o outro! É uma palavra importante, mas uma palavra, no entanto.

Ela volta com uma taça de vinho branco gelado.

"Junta-se a mim?" Pergunto esperançoso.

"Não, eu já comi... um monte, eu acho, com toda a comida para provar e vinho, na casa de seus pais. Eu acho que você não quer que eu beba demais. Sinto-me já com a cabeça leve,” ela diz seu olhar não deixando o meu. Nós dois olhando um para o  outro com desejo, querendo o outro e incapaz de deixar passar a nossa teimosia.

"É tarde. Eu quero ir para a cama. Você vem?” Ela pergunta com expectativa. Eu falo antes que eu possa pensar.

"Eu tenho que trabalhar. Muito, para recuperar o atraso,” eu digo baixinho, ainda sem pestanejar, ainda com meu coração quebrando com a distância que estamos construindo entre nós; nenhum disposto a recuar. Palavras permanecem por dizer. Ela fica no escritório sem jeito. Finalmente decidindo contra alguma emoção conflitante em sua cabeça, ela caminha para frente, e castamente me beija, me deixando congelado por alguns segundos, mas eu consigo corresponder, com a eletricidade passando através de nossa conexão. Nossos corpos nos traem; eu a puxo em meus braços e a seguro com força, sentindo o seu calor na minha proximidade, e inalo o cheiro dela, finalmente beijando o topo de sua cabeça.

"Vá para a cama agora, baby. Eu vou ter que trabalhar um pouco mais. "

"Venha para a cama,” ela pede, e eu quero. Oh, eu quero demais! Mas eu tenho medo de ceder ou pior, eu vou querer puni-la com sexo, e me deixar levar. Meus olhos se arregalam em resposta, eu balanço minha cabeça.

"Há muita coisa para fazer. Não pode esperar. Nós só temos um curto mês, e é melhor eu deixar isso feito,” eu digo, indicando a tela do meu computador.

Ela acena com a cabeça, mas o vislumbre de dor está lá, em seus olhos.

"Tudo bem,” diz ela em um sussurro, e quando ela se afasta, sua mão que estava na minha lentamente se afasta de mim, me deixando sentindo-me abandonado.


Celine Dion - Falling into you 

Eu permaneço no meu escritório mais quatro horas de trabalho duro, o sono não me encontrando. Quando eu finalmente me encaminho para meu quarto, eu lentamente ligo a lâmpada de cabeceira ao lado. Puxo uma cadeira, e assisto o sono de Anastasia. Ela está parecendo tão inocente, tão linda; seus lábios entreabertos, o cabelo dela se espalhando pelo seu travesseiro. Ela suspira e se vira. Sua mão distraidamente estende-se para o meu lado da cama, como se procurando algo que falta ao lado dela. A conexão... Ela rola, e não encontrando o que está procurando em seu sono, ela geme como se estivesse com dor. Eu ouço um chamado suave do meu nome, quase inaudível. Será que ela acordou? Eu me inclino, e seus olhos estão fechados. Mas ela está procurando por mim em seu sono. Ela vira-se automaticamente para o meu aconchego. Nós somos atraídos um pelo outro mesmo durante o sono, e estamos fodidos, sem sentido, um sem o outro. Eu tiro minha camisa e lentamente me introduzo na cama, puxando-a em meus braços, e, finalmente, pela primeira vez, durante todo o dia, eu me sinto completo.

***** 

Está escuro. Eu não posso ver coisa alguma. Eu não posso encontrar meu caminho. Não há nenhuma luz, nenhum som, nada. É um abismo profundo. Meu coração está batendo forte. Ela está aqui. Eu sei que ela está aqui.

"Christian, me ajude!" Eu a ouço.

"Onde você está, Ana?"

"Eu estou aqui! Ajude-me!” Ela grita. Eu não sei qual caminho é o certo para chegar até ela. Eu corro a toda velocidade, mas a voz está ficando distante.

"Ana, onde diabos você está? Fale comigo! Deixe-me encontrá-la! "

Tudo o que eu ouço é um grito de gelar o sangue. Meu nome atado em seu grito, rasgando minha alma em pedaços!

Há uma luz fraca na distância. Tão fraca que, se você piscou, você a perdeu. Eu não me atreveria a piscar. Tenho que me concentrar. Eu chego a uma porta suja que tinha visto melhores dias. O cheiro... Eu conheço esse cheiro. É acre, desagradável. Ele desliza para fora da porta, tomando uma forma. Ele fede como... morte.

Agonia aperta meu coração e as lágrimas ardem nos meus olhos, minhas mãos em punhos do meu lado. Eu chuto a porra da porta quase a arrancando fora de suas dobradiças. Ela fica pendurada, torta. Eu estou respirando com dificuldade, o meu coração está batendo na minha garganta com força, tentando sair do meu peito. Eu entro e olho em volta na penumbra. O cheiro me atrai como as mãos do diabo, de tão forte. É misturado com medo e malignidade. Exala odor de sangue, e ferida. Eu tenho medo de chamar o seu nome. Tenho medo de que ela não vai responder. Eu estou apavorado! Sinto seu  cheiro , sua marca de mulher, seu perfume natural com cheiro de especiarias doces, ar livre, e frescor... e sangue.

"Ana,” eu sussurro. "Ana, fale comigo, baby! Estou aqui... Estou aqui, Ana. Responda-me, baby..." Sem resposta. Meus olhos perplexos olham em volta.

Então eu a encontro. Seu corpo, incrustrado de sangue, está nu no chão de concreto sujo. Linhas de chicote cruzam suas costas e seu peito. Seu cabelo emaranhado com sangue e sujeira. Seu rosto está machucado. Seu corpo sem vida sofreu uma dor inimaginável. Um grito, que eu não reconheço, chega aos meus ouvidos. Oh... Sou eu. Eu sou o que grita em agonia, caindo de joelhos, segurando-a com força em meus braços e balançando-a para trás e para frente.

"Gosta disso agora?” Pergunta uma voz desconhecida. Ela fica mais alta e ainda mais alta.

"Gosta disso, Mestre?” Pergunta a voz de Leila e seu rosto nebuloso. O rosto muda lentamente, ondulando e mudando.

"Gosta disso, Christian? Eu o salvei da puta cavadora de ouro! Você pode me agradecer mais tarde,” diz a voz e o rosto de Elena, mudando na figura nebulosa. Seu grande chicote de couro voa e bate nas pernas sem vida de Anastasia.

"Pare com isso! Pare! Deixe-a em paz! " Ela ri, e o rosto ondula mais uma vez.

"Como você se sente, jovem Christian Grey, quando alguém fode sua mulher?” Diz o rosto, se contorcendo, ao mudar para o Sr. Lincoln, na neblina. Ele inclina a cabeça para examinar suas feridas, com orgulho em seu olhar verde. "Eu tenho que dizer que ela, sim, gostou do castigo. Ela era uma boa menina, gritando quando eu queria que gritasse... exatamente no tom certo... Doeu-lhe o suficiente? Eu estava esperando um efeito de triturar a alma,” diz ele com voz melodiosa, completamente satisfeito consigo mesmo.

Eu tento proteger o corpo sem vida de Ana, ficando mais frio a cada segundo. Eu não posso fazer porra nenhuma para fazê-la viver! Eu grito e balanço-a para frente e para trás com mais força.

As caras mudam rapidamente, como um organismo desconhecido, finalmente, a face do cafetão emergindo.
"Gosta disso agora, bastardo? Você a matou. Como você matou sua mãe! Você é um assassino! Você é um assassino! Você.é.seu.assassino! Mas depois, você só merece o seu corpo morto!" Sua voz ferve veneno, seu hálito cheirando a cerveja barata e cigarros Camel.

"Olha, o que nós temos aqui. A putinha que é sua mamãe. Lá está ela,” ele aponta para um outro corpo sem vida. "É melhor chegar até ela menino! Ela está ficando fria muito rápido,” ele diz com seu rosto se distorcendo em uma forma ameaçadora. "Que porra é essa que você fez com ela? Esta puta louca fodida! Merda! Porra! Saia do caminho, seu merdinha,” ele grita me chutando, e, de repente, eu sou pequeno, indefeso, ferido...

"Não! Não! Não! Mamãe!" Aí está seu corpo sem vida deitado no tapete verde sujo. Eu quero minha mamãe! Eu estou aqui e eu não estou aqui. Eu olho para mim. Um faminto, sujo, indesejado menininho e a policial está tomando o meu cobertorzinho de mim.

"Mamãe!" Eu corro para ela, e eu sou parado pelas grandes mãos da morte, me agarrando no meu ombro, com o rosto do cafetão.

"É melhor você fazer sua escolha, seu merdinha!” Diz o cafetão. "O que vai ser? O cadáver de sua mãe ou o cadáver de sua amante? O que você vai guardar?” Ele sussurra ameaçadoramente, me provocando.

Eu corro entre os dois corpos neste abismo incapaz de salvar nenhum. Eu vejo os rostos girando em torno do corpo de Ana. Todos os tipos de rostos! Elena, Leila, o cafetão, o Sr. Lincoln... rostos desconhecidos. Tentando reivindicá-la como deles! Eles querem levá-la para longe de mim!

"Não! Não! Não! Deixem-na em paz! Ela é minha!" Eu protejo seu corpo sem vida com o meu. Lágrimas fluem livremente, com agonia rasgando, separados, meu coração e minha alma.

 Unbreak My Heart – Toni Braxton

"Não morra comigo, baby! Não vá! Eu te amo tanto! Apenas não me deixe!" Lágrimas jorram espontaneamente. "Leve-me, também, Ana! Eu não posso viver sem meu coração. Eu não posso viver sem minha alma,” Eu me aflijo em total desespero. Ela não me ouve ou responde. Minha baby está morta! Eu grito em agonia. Eu quero morrer, também!

"Christian! Christian!" É a voz dela! Vem do céu? Ela soa urgente, me afastando das profundezas do meu desespero.  "Eu estou aqui, Christian. Eu estou aqui,” ela me sacode.

Meus olhos abertos, nublados com lágrimas, tornando difícil de ver. Ela está inclinando-se sobre mim, me agarrando por meus ombros, me sacudindo, o rosto também está marcado com angústia, e seus belos olhos azuis vivos estão arregalados e cheios de lágrimas.

"Ana,” eu digo descrente, em um sussurro ofegante, medo atando minha boca, escorrendo para fora dos meus poros. "Você está aqui. Você está bem," eu grito, incrédulo.

"Claro, eu estou aqui."

"Eu tive um sonho..." Eu digo sem fôlego.

"Eu sei. Eu estou aqui. Eu estou aqui,” diz ela reconfortante.

"Ana," Eu respiro seu nome como um talismã contra o asfixiante pesadelo agarrando minha alma, o medo me matando por dentro.

"Calma, eu estou aqui,” diz ela enrolando seus braços em volta de mim, suas pernas me aconchegando, seu calor vivificante forçando os demônios do meu pesadelo para longe. Ela é minha vida, ela é o meu sol, ela é meu tudo! Eu não posso existir sem ela.

"Ana, por favor, não vamos brigar,” eu digo com uma voz rouca, apertando-a dentro de meus braços. Segurando-a, e sentindo-a.

"Ok, ok,” diz ela me acalmando.

"Os votos. Sem obediência, eu posso fazer isso. Nós iremos encontrar uma maneira,” eu digo. Estou apenas feliz que ela está viva. Eu não me importo que ela não obedeça. Eu só quero a ela!

"Sim. Nós iremos. Nós sempre encontramos uma maneira,” ela sussurra e desce seus lábios selando os meus, tanto me calando quanto me sacudindo de volta à vida e à existência. Eu rolo sobre ela, puxando a t-shirt fora de seu corpo em um movimento rápido, e fundindo o meu corpo com o dela.




25 comments:

  1. Oi meninas, estou acelerando para conseguir dar 3 caps por semana para vcs. Depois dessa malhação do Christian, fico imaginando o corpo de um homem que consegue fazer um treino assim. Aguardo os comentários desses capítulos perfeitos que a Emine está nos dando. E desse final também! Christian amadurecendo aos poucos... bjs

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  2. Oi Neusa,
    Que surpresa ter dois capítulos prontos para nosso deleite, tava lendo sobre as manifestações e antes de sair resolvi dar uma passada por aqui pra ver se tinha algo novo e, oba, tinham dois capítulos novinhos, não poderia dormir sem lê-los. Que bom!!!! 3 cap. por semana, obaaaaaa??? Então, logo estaremos no livro IV junto com a Emine, não vejo a hora, pena que parei minhas aulas de inglês. Mas, ficarei aguardando ansiosamente sua tradução, que é perfeita.
    Parabéns, mais uma vez.
    A Emine é ótima,né, esse cara malha muito, o corpo dele deve ser divino, perfeito, com um tanquinho maravilhoso. Ele precisa dar um voto de confiança a Ana, é melhor tê-la mesmo que um pouco desobediente do que não tê-la. Ele vai superar isso, com certeza, ou melhor, eles vão.
    Aguardando o próximo.
    Bjs

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  3. Obrigada! Como sempre maravilhoso!

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  4. Estou amando tudo.Esse Chritain me leva à loucura! beijoss

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  5. Como sempre a tradução e a história estão impecáveis.Amei tudo!

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  6. Obrigada Neusa!!!! que capitulo!!!! adorei o treino!!!!

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  7. MARAVILHOSO!!!!li a versão em ingles e agora em portugues melhor ainda...de mais.

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  8. Capítulo maravilhoso como sempre...
    Bjs e obrigada por tanta dedicação.
    Elaine

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  9. Minha deusa interior dá pulos acrobáticos toda vez que tem um capítulo novo traduzido! Parabéns Neusa!!!

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  10. Minha deusa interior dá pulos acrobáticos toda vez que tem um capítulo novo traduzido! Parabéns Neusa!!!

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  11. Minha deusa interior dá pulos acrobáticos toda vez que tem um capítulo novo traduzido! Parabéns Neusa!!!

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  12. Que treino heim!!! fiquei sem folego só de ler.Que bom Neusa que está acelerando, assim vc alcança a Emine e traduz junto o IV livro.

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  13. Oi, Neusa! Boa tarde!
    Abraços.....e parabens pela traduçao.
    Dani

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  14. Excelente capítulo. Muchas gracias por todo.

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  15. Vcs são sem duvidas espetaculares , é maravilhosos ler tudo isso :)

    Parabénsssss

    Bjos ansiosa pelos proximos roendo unhas...

    Natii

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  16. Emine e Neusa, o que dizer? Vocês são demais....E o Christian, meu Deus, nem gosto de pensar no corpo dele...kkkk

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  17. Capítulo maravilhoso! Como é lindo ver o Christian todo apaixonado. Mal posso esperar pelos próximos capítulos.
    Beijos Emine e Neusa.

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  18. Que capitulo!!!! Ontem foi o niver do nosso querido!!! A E L James postou um trecho pelo aniversário dele!!! Maravilhoso!! Vcs viram ???? Aguardando anciosa os próximos capitulos.

    Bjs Lala

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  19. Neusa eu tbm gostaria de ver,pegar,sentir esse corpo malhado...nossa!
    Adorei o capitulo...

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  20. Saudades Emine e Neusa. Estive um tempo afastada para estudar e quando volto tenho nada mais nada menos que 3 capítulos fantásticos esperando por mim, o q foi isso? cada um mais perfeito q o outro e as músicas como sempre sensacionais. Obrigada Neusa e Emine por esses livros maravilhosos, Amo muito tudo isso! Beijos

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  21. Eu nunca imaginei que poderia ser tao surpreendente! É de perder o fôlego!!! Parabéns, está emocionante!

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  22. Nossa capitulo muito bom, incrivel como Emine entende a cabeça do Cristian ele é tao perdido porem esta amadurecendo tanto.... Ele malhandoincrivel imagina o corpo RSRS.... Chorei com o pesadelo dele ;( muito obrigada Emine e Neusa pela otima traduçao bj Carol Dutra

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  23. Neusa Reis vc nos salva! Tenho te perseguido desde do 2 livro, a sua tradução é a melhor. O Claude Bastille não tem melhor, adoro esse ator. Neusa vc tem facebook, participo de um grupo bem legal.

    Beijos e muito abrigada!

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  24. Daria tudo pra ver essa sessao de malhaçao do Christian com Bastile!
    Todo suadinho!
    E depois, vê-lo no chuveiro e ensaboá-lo!
    Imaginaçao a mil aqui, Emine, com essa cena de exercicios dele!
    Boa noite e boa semana!
    Bjkas
    Dani
    ;-)

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  25. Olá girls!
    Você que está começando a ler o blog agora ou que já é leitora, agora a Série Pella disponível aqui no blog foi publicada em livro – ECOS NA ETERNIDADE- e em português.
    A Emine Fougner colocou a versão em português do Ecos na Eternidade na Amazon, apenas esta semana, por apenas R$ 3,94. Corram para aproveitar o preço porque na próxima semana voltará ao preço normal.
    É só acessar a pagina da amazon: www.amazon.com.br.
    Vamos aproveitar!
    Beijos,
    Pry

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